quinta-feira, 14 de maio de 2009

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Cidade
Museu da língua portuguesa: a arte de reaprender o beabá
Amanda Fischer, Graziela Castro e Mariana Siracusa
Publicada em: 24/04/2006

Writing, Schrift, écriture, het schrijven: todas essas palavras têm um mesmo significado. Traduzidas para o português significam escrita, só que elas estão em quatro idiomas distintos (inglês, alemão, francês e holandês). Isso demonstra que todo ser humano tem uma necessidade em comum: se comunicar. Foi pensando na importância da comunicação escrita e oral que em março deste ano foi inaugurado o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. “O museu tem o objetivo de valorizar a nossa língua para o nosso povo, já que temos pouca consciência da importância da língua portuguesa, que é a sexta língua mais falada no mundo”, afirma a superintendente de mercado do museu, Denise Lorch,44 anos.
O museu, que ocupa um prédio centenário na Estação da Luz, é resultado de um acordo com a Secretaria de Estado e com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que cedeu o espaço. Foram gastos R$ 36 milhões na restauração. Fazem parte do projeto empresas público-privadas, como a Fundação Roberto Marinho, a IBM e os Correios.

O projeto ocupa três andares e organizou espaços para que os visitantes possam mergulhar na história da língua, já que o português é uma língua de milênios e está distribuída por muitas nações. Considerado um centro de valorização da língua portuguesa, o museu utiliza a tecnologia para interagir melhor com o público. No terceiro andar, por exemplo, o visitante assiste a um filme de 10 minutos e é surpreendido quando o telão de nove metros de largura se abre para um novo espaço: a Praça da Língua. Lá o público se depara com poemas, músicas e textos de vários autores, de Guimarães Rosa a Marcelo D2.

Para Silvia Jorge de Almeida, 70, professora da Faculdade Municipal de Catanduva “o espaço por detrás do telão faz mergulhar no sonho, na mágoa, na dor de todos os textos e músicas”. Encantada com o Museu, Silvia o considera uma obra de arte, sensibilidade e progresso de tecnologia. Segundo ela, “os alunos ficaram boquiabertos, porque alguns poemas que falamos em classe foram lidos acompanhados de tecnologia e ritmo”.

No segundo andar os visitantes podem conhecer a história da língua portuguesa, que começou a 4 mil anos a.C., objetos e documentos que marcam algumas épocas. Também podem visitar o Beco das Palavras, que é um espaço lúdico, onde as pessoas aprendem brincando, movimentando palavras, prefixos e sufixos que se misturam no ar.

Exposição de destaque homenageia Guimarães Rosa
Amanda Fischer, Graziela Castro e Mariana Siracusa

Mas o maior destaque do museu é uma exposição, sem previsão para terminar, da diretora de teatro Bia Lessa. A mostra homenageia os cinqüenta anos do livro “Grande sertão: veredas”, do escrito brasileiro Guimarães Rosa. A exposição, que está localizada no primeiro andar, reproduz as páginas da terceira edição datilografada da obra. Para ler uma página basta abaixá-la, puxando um fio. Mesmo sendo o maior destaque, a exposição não agradou a todos. É o caso da estudante Adriana de Souza, 22, que achou o andar “meio confuso”. Adriana não achou a mostra muito dinâmica. O que ela mais gostou foi do cinema.

A exposição de Bia Lessa é uma das mais visitadas do Museu. Inicialmente era prevista sua permanência por três meses, mas pelo sucesso, deverá permanecer por mais tempo. É o que avisa a superintendente de mercado do museu, Denise Lorch. Ela adianta que a Secretaria de Cultura está terceirizando os museus e que o Museu da Língua Portuguesa será um deles, a organização social Instituto Brasil Leitor administrará o espaço.

Serviço: Museu da Língua Portuguesa: Estação da Luz, Praça da Luz, nº 1, Luz, São Paulo. Dias e horários de funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h.

Exposição de destaque homenageia Guimarães Rosa
Estudantes aprovam interação do espaço
Serviço: Museu da Língua Portuguesa: Estação da Luz, Praça da Luz, nº 1, Luz, São Paulo. Dias e horários de funcionamento: terça a domingo, das 10h às 18h.

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